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Relembrando o #ExposedFortal

O que acontece quando evidências comprovam a existência de um sistema escolar diferente das propagandas na TV? Quando a vivência em sala não é apenas aquela que o professor entra, exerce sua função de educador e vai embora? Qual o limite da relação entre aluno e professor? E por último, por que demorou tanto tempo para os casos de assédio provocados por professores dentro e fora das escolas receberem a devida atenção? 

Em 23 de junho de 2020, jovens de toda a cidade de Fortaleza, Ceará, se mobilizam para expor e denunciar casos de assédio por parte de professores. Anonimamente, centenas de denúncias foram publicadas através de perfis falsos nas redes sociais, chegando até mesmo a serem criadas páginas apenas para a divulgação das denúncias. O movimento foi chamado Exposed Fortal - em tradução livre, Fortaleza exposta - e teve a participação de alunas e ex-alunas das mais diversas instituições de ensino da capital do Ceará.

Para acompanhar as histórias, muitas jovens expuseram imagens de mensagens que trocaram com seus respectivos professores ou coordenadores nas redes sociais de forma que pudessem provar o acontecido. Dentre as conversas, estão comentários maliciosos, frases sugestivas e assédio disfarçado de elogios. Na maioria dos casos, o problema chegou a sair do âmbito virtual e passou a acontecer no ambiente escolar, dentro da sala de aula.

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Ilustração: Bianca Braga

Logo a hashtag se tornou uma das mais comentadas do Brasil no Twitter. Assim, o movimento passou a ser acompanhado pela Polícia Civil do Estado do Ceará, que se responsabilizou por investigar todas as denúncias, de acordo com portal OPovo Online. A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) manifestou-se a respeito através de uma nota, informando que tomará as providências necessárias. “A Secretaria prestará assistência aos alunos e familiares e acrescenta a importância de manifestações por meio do canal da Ouvidoria”, diz o informe ao definir o espaço como meio de esclarecer de forma rápida as situações.” declarou a Seduc para o portal G1 de notícias.

Em resposta às denúncias, os colégios mencionados prestaram esclarecimentos sobre os casos através de notas oficiais. Dentre as instituições denunciadas, estavam o Colégio Farias Brito, Ari de Sá Cavalcante, Lourenço Filho, 7 de Setembro, Antares e outros. Entre as declarações dadas pelos colégios na época, muitos tinham em comum a medida do afastamento de professores até o fim das investigações. “A Escola repudia qualquer tipo de assédio, seja dentro de suas dependências, fora delas ou nas redes sociais, e ressalta que não tolera qualquer tipo de comportamento indevido por parte de professores e demais colaboradores da instituição”, afirma o Ari de Sá em sua nota.

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