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Por que a migração para a informalidade está tão frequente?

O crescimento econômico depende do investimento dos empresários, que, por sua vez, dependem de um ambiente favorável para se criar expectativa e acreditar que vale a pena gastar seu dinheiro à procura de retorno.

No Brasil, foi vivenciada uma crise econômica intensa nos anos de 2015 e 2016, passando por uma recessão econômica. Essa conjuntura trouxe consequências graves para o mercado de trabalho em decorrência da diminuição de investimentos tanto privados quanto governamentais. Desde 2017, acontece um pequeno crescimento econômico no País, saindo da recessão dos anos anteriores. Mesmo assim, ainda não é o suficiente para movimentar o mercado de trabalho e diminuir a taxa de desemprego.

Para prosseguir com o crescimento da economia, é necessário que existam mais empregados, mais compra e consumo e um maior investimento. Sem uma população empregada, não acontece o movimento do mercado de consumo. Logo, nem os empregadores nem os investidores recebem uma devolução do dinheiro gasto. Nisso, a circulação de renda diminui e a economia cai. Nessa situação, as empresas que estão buscando diminuir a quantia gasta, na tentativa de aumentar a renda final, acabam selecionando a opção do trabalho informal, contratando sem carteira assinada.

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Ilustração: Bianca Braga
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Com a crise econômica e o aumento da concorrência por uma vaga, o desempregado procura por meios alternativos de obter renda, como a venda de quentinhas, serviços de entregas, serviços em domicílio, dentre outros. Em momentos de economia estável, parte daqueles na informalidade em trabalhos domésticos, optam por buscar novas oportunidades de emprego, dessa vez usufruindo dos direitos de uma carteira assinada.

A crise do mercado de trabalho reflete o aumento da informalidade, levando o número de ocupados em atividades informais para dois milhões apenas no estado do Ceará.

Em um momento de grande desemprego, a procura por uma vaga de trabalho é ainda maior, tornando mais difícil conseguir uma oportunidade. Segundo o IBGE, dentre 449 mil desempregados no Ceará, 181 mil estão em busca de um emprego há, no mínimo, um ano. A busca por uma carteira assinada pode durar muito mais do que o desempregado pode sustentar. Essa longa espera conta com meses sem recebimento salarial, sem renda e um gasto contínuo com contas.

De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o brasileiro desempregado está disposto, em sua maioria, a receber menos do que recebia no emprego anterior. No entanto, não é fácil conseguir a recolocação no mercado de trabalho. Existem perfis que têm maior dificuldade de serem reempregados. Dentre 12,3 milhões de pessoas, 59% são mulheres com média de 34 anos, 54% têm apenas até o ensino médio completo e 58% dispõem de filhos, sendo a maioria menores de idade.

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Ilustração: Bianca Braga
Ilustração: Bianca Braga
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